quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Vera Lúcia

Vera Lúcia Ermelinda Balula, ou simplesmente Vera Lúcia, nasceu em Vizeu/Portugal, em 7/8/1930.

Gravou diversos discos de 78 rpm e apresentou-se em Portugal, Argentina e Uruguai. Com o primeiro elepê, "Confidências de Vera Lucia", ganhou dois discos de ouro. Um dos prêmios, foi entregue pelo então presidente Juscelino Kubitschek. Durante quase toda a década de 1950 e ainda nos anos 1960 foi contratada pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a maior emissora do país, o que lhe rendeu prestígio e uma certa popularidade.

Em 1951, lançou pelo pequeno selo Elite Special seu primeiro disco interpretando o samba "Copacabana", de João de Barro e Alberto Ribeiro e o baião "Veio amô", de Humberto Teixeira. No mesmo ano, gravou um de seus maiores sucessos, a marcha "Rita sapeca", de Klécius Caldas e Armando Cavalcânti. Em 1952, gravou a marcha "Pisca-pisca" e "o samba canção "Verdadeira razão", de Armando Cavalcânti e Klécius Caldas e o samba "Não vou chorar", de Humberto Teixeira e Felícia Godoy e o "Baião de Alagoas", de Humberto Teixeira. No mesmo ano, foi contratada pela Odeon onde estreou com a marcha "Pagode chinês", de Ari Monteiro e Irani de Oliveira e o samba "Vou-me embora", de Humberto Teixeira e Felícia Godoy. Em 1953, gravou o "Baião da saudade", de Fernando Jacques e o samba canção "Intriga", de Altamiro Carrilho e Armando Nunes. No mesmo ano, gravou os sambas-canção "Filha diferente", de Raul Sampaio e Rubens Silva e "É tarde demais", de Hianto de Almeida. Em 1954, gravou os sambas "Não vivo em paz" e "Eu não perdôo", da dupla Paulo Menezes e Nilton Legey. No mesmo ano, lançou dois sambas canção "Eu sei que você não presta", de Chocolate e Mário Lago e "Sempre eu", de Alfredo Godinho e Osvaldo França. Ainda em 1954, passou a gravar na Continental e lançou os sambas "Valerá a pena", de Dorival Caymmi, Carlos Guinle e Hugo Lima e "O que os olhos não vêem", de Luiz Bandeira. No mesmo ano, gravou o xote "Suspiro vai", de Graça Batista e Álvaro Carrilho e o samba canção "Ter saudade", de Haroldo de Almeida.

Foi eleita Rainha do Rádio em 1955, vencendo Ângela Maria por decisão de Manoel Barcelos que quis homenagear Carmen Miranda, portuguesa de nacionalidade como ela e que estava no Rio, em fase de recuperação de saúde. Recebeu a coroa das mãos da Pequena Notável. Além deste título, ganhou 10 troféus ao longo da carreira, como destaque de programas de televisão, entre eles, os do Chacrinha e Aerton Perlingeiro. Em 1956, lançou os sambas canção "Molambo" e "Quem sabe é você", de Jaime Florence e Augusto Mesquita e "Duvido", de Luiz Vieira e Dario de Souza e o samba "Cansei de ilusões", de Tito Madi. No ano seguinte, gravou mais uma composição da dupla Jaime Florence e Augusto Mesquita: o samba "Zomba de mim". No mesmo ano, lançou o clássico fado canção "Nem às paredes confesso", de Artur Ribeiro, Max e F. Trindade. Gravou ainda no mesmo período em dueto com William Duba a marcha "Bacana de Copacabana", de William Duba, Nahum Luiz e Elias José. Em 1958, gravou o samba canção "Por causa de você", de Antônio Carlos Jobim e Dolores Duran. No mesmo ano, passou a gravar pela Sinter e lançou o samba "Janela do mundo", de Billy Blanco e o samba canção "Castigo", de Dolores Duran.

Em 1959, gravou duas composições de Antônio Carlos Jobim, o samba "Este teu olhar" e o samba canção "Porque tinha de ser", este, parceria com Vinicius de Moraes. No mesmo ano seu disco "Confidências" foi escolhido como o melhor LP do ano segundo votação da revista Radiolândia que lhe concederam o "Disco de Ouro". Recebeu também o prêmio "Microfone de ouro" como a melhor cantora do ano. No ano seguinte, gravou a marcha "Sacode a tristeza", de Miguel Gustavo. Ainda em 1960, gravou um de seus maiores sucessos, o samba "Leva-me contigo", de Dolores Duran. Em 1962, lançou as músicas "O bilhete" e "Samba sem pim-pom", da dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorim.

Em 1997, foi homenageada pelo Museu Carmen Miranda com o Troféu Carmen Miranda.

Suas músicas de mais sucesso foram: "Idéias erradas", de Ribamar, "Amendoim torradinho", de Henrique Beltrão; "Rita Sapeca", de Klécius Caldas e Armando Cavalcânti , "Leva-me contigo", de Dolores Duran e "Castigo", também de Dolores Duran. Suas gravações de peças iniciais de Tom Jobim merecem igualmente atenção crítica, além de histórica.

As notícias atuais sobre a cantora são escassas. Parece que Vera se recolheu ao lar e a tranquilidade. Continua morando no bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB / blog Thais Matarazzo.

Um comentário:

  1. O texto falha quando diz que ..."foi eleita Rainha do Rádio, derrotando Ângela Maria..."
    Ora, Ângela Maria foi Rainha do Rádio em 1954 (quando Vera ficou em segundo lugar) e não concorreu no ano seguinte, quando então Vera ganhou deixando a cantora Rogéria na segunda colocação. Na verdade, Ângela foi , isso sim, impedida de passar a coroa para a nova Rainha, como sempre foi tradição no concurso porque tinha havido um erro na contabilização dos votos vendidos e dos valores apresentados. Por isso, Carmen foi convidada a coroar a nova Rainha do Rádio.

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