sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Geraldo Vandré

O cantor e compositor Geraldo Vandré, nome artístico de Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, nasceu em João Pessoa, PB, em 12 de Setembro de 1935.

Geraldo Vandré
Apresentou-se num programa de calouros na Rádio Tabajara de João Pessoa quando tinha 14 anos. Em Nazaré da Mata, onde cursava o ginásio em internato, participou de alguns shows organizados para as missões.

Geraldo Vandré foi para o Rio de Janeiro, RJ, em 1951, e, naquele mesmo ano, se apresentou no programa de calouros de César de Alencar, no qual foi desclassificado. Aproximou-se, então, de Ed Lincoln, que nessa época tocava com Luís Eça, na boate do Hotel Plaza, tentando cantar nos intervalos das apresentações.


Geraldo Vandré
Em 1955, com o pseudônimo de Carlos Dias, defendeu a canção "Menina", de Carlos Lyra, num concurso musical promovido pela TV-Rio. Mais tarde, o encontro com o folclorista Valdemar Henrique abriu-lhe a oportunidade de se apresentar no programa da Rádio Roquete Pinto, usando o nome Vandré, que resultou da abreviatura do nome do pai, José Vandregisilo. Cursou a Faculdade de Direito, do Rio de Janeiro, época em que participou do Centro Popular de Cultura, da extinta União Nacional dos Estudantes, onde conheceu seu primeiro parceiro, Carlos Lyra. Passou, então, a interessar-se mais pela composição, abandonando a idéia de tornar-se cantor. Fez a letra da música de Carlos Lyra "Quem Quiser Encontrar o Amor", gravada por ele em abril de 1961 em 78 rpm, na RGE, e, em 1962, por Carlos Lyra no LP "O Sambalanço de Carlos Lyra", pela Philips. Essa música foi incluída no episódio "Couro de Gato" do filme "Cinco Vezes Favela", trabalho produzido pelo Centro Popular de Cultura. Em 1962, Geraldo Vandré apresentou-se no Juão Sebastião Bar, em São Paulo SP, iniciando trabalhos com Luís Roberto, Baden Powell e Vera Brasil. Nesse mesmo ano gravou com Ana Lúcia o "Samba em Prelúdio", de Baden Powell e Vinícius de Moraes, pela Áudio Fidelity, com grande sucesso, e compôs com Carlos Lyra o samba "Aruanda". Em dezembro de 1964, gravou na Áudio Fidelity seu primeiro LP, apresentando a toada "Fica Mal com Deus", além de "Menino das Laranjas", de Téo de Barros. Em 1965, defendeu "Sonho de um Carnaval", de Chico Buarque, no I FMPB, da TV Excelsior de São Paulo. No mesmo festival, inscreveu sua composição "Hora de Lutar", que não se classificou. Essa música foi gravada, no mesmo ano, num LP homônimo. Nesse período, musicou o filme de Roberto Santos "A Hora e a Vez de Augusto Matraga". No ano seguinte lançou pela Som Maior o LP "Cinco anos de Canção", que incluía "Pequeno Concerto que Virou Canção", "Canção Nordestina" e "Rosa Flor", com Baden Powell. Venceu em São Paulo o FNMP, da TV Excelsior, com a música "Porta-Estandarte", com Fernando Lona, defendida por Tuca e Airto Moreira, assinando depois contrato com a Rhodia para excursionar pelo Nordeste com o Trio Novo, formado por Téo (violão), Airto Moreira (viola caipira) e Heraldo (percussão). Nesse mesmo ano de 1966, Geraldo Vandré venceu ainda o II FMPB, da TV Record, de São Paulo, com "Disparada", com Téo de Barros,, na interpretação de Jair Rodrigues, do Trio Novo e do Trio Maraia, empatando com "A Banda", de Chico Buarque. Obteve, ainda, o segundo lugar no I FIC, da TV-Rio, do Rio de Janeiro, com "O Cavaleiro", parceria com Tuca, que também foi interprete. Em 1967, a TV Record, de São Paulo, concedeu-lhe um programa próprio, "Disparada", com direção de Roberto Santos.

Geraldo Vandré
Inscreveu "Ventania", com Hilton Accioly, no III FMPB, que foi desclassificada, e "De Serra, de Terra e de Mar", com Téo de Barros e Hermeto Pascoal, no II FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro, que também não obteve classificação. Nesse ano conseguiu sucesso com "Arueira" e com o frevo "João e Maria", com Hilton Accioly. No mesmo período compôs, a convite dos padres dominicanos de São Paulo, a "Paixão Segundo Cristino", alegoria da crucificação de Cristo num contexto nordestino. Participou, também, do programa "Canto Geral", depois "Canto Permitido", da TV Bandeirantes, de São Paulo.

Geraldo Vandré - Festival da Record / 1968
Em 1968, Geraldo Vandré gravou o LP "Canto Geral" pela Odeon, com Maria Rita, "O Plantador", com Hilton Accioly, e músicas suas desclassificadas em festivais. Participou, ainda, do IV FMPB, com "Bonita", com Hilton Accioly. A música foi apresentada duas vezes, pois se desentendera com o parceiro, rompendo com o Trio Maraia. Nas eliminatórias para o III FIC, em São Paulo, causou impacto com a apresentação de "Pra Não Dizer que Não Falei de Flores", ou "Caminhando". Defendeu-a no festival com o Quarteto Livre, integrado por Naná (tumbadora), Franklin (flauta), Nelson Ângelo (violão) e Geraldo Azevedo (violão e viola), tendo-se classificado em segundo lugar. A música teve grande êxito, tornando-se uma espécie de hino estudantil, mas teve seu curso interrompido pela censura.

Geraldo Vandré
Geraldo André esteve no exílio, inicialmente no Chile (1968), onde compôs a música "Desacordonar", com que venceu um concurso, enquanto "Caminhando" se tornava sucesso.

Obrigado a deixar o país, pois se apresentara em televisão como profissional sem a devida licença, Geraldo Vandré seguiu para a Argélia, onde assistiu ao Festival Pan-Africano, viajando, depois, para a então Republica Federal da Alemanha, ocasião em que gravou alguns programas para a televisão da Baviera. Esteve na Grécia, Áustria, Bulgária, cantando em povoados do interior. Na Itália, Sérgio Endrigo regravou músicas suas. Em Paris, França, remontou com um grupo de artistas brasileiros a "Paixão Segundo Cristino", na igreja de Saint-Germain des Pres, na Páscoa de 1970. Trabalhou com um novo tipo de composição, montada apenas com assobios e sons de violão, com forte ritmo nordestino. Gravou o LP "Das Terras de Benvirá", lançado no Brasil pela Philips em 1973, com "Na Terra Como no Céu, "Canção Primeira" e "De América". Ainda em 1973 gravou apresentações para o programa de Flávio Cavalcanti e para o Fantástico, da TV Globo, mas foram censuradas.


Geraldo Vandré
Em 1982, em Presidente Stroessner, no Paraguai, Vandré apresentou-se em um show, rompendo silêncio de 14 anos. Em março de 1995 apresentou-se no Memorial da América Latina, em São Paulo, no concerto realizado pelo IV Comando Regional (CONAR), em comemoração a Semana da Asa. Na ocasião, um coral de cadetes lançou sua música "Fabiana", uma homenagem a FAB.

Em 1997, o Quinteto Violado lançou o CD "Quinteto Violado Canta Vandré" (selo Atração), incluindo antigos sucessos e apenas uma música inédita: "República Brasileira". Ainda em 1997, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho regravaram "Disparada" e "Canção da Despedida" no CD "Grande Encontro 2".


Geraldo Vandré
Geraldo Vandré vive em um auto-exílio de 40 anos. Vive sozinho em um apartamento no centro de São Paulo. Não tem filhos e são poucos os amigos. No entanto, Vandré diz levar uma vida super ocupada para um senhor de mais de 70 anos de idade. Tem vários projetos musicais e confessa desconhecer o que a MPB tem produzido porque só ouve música clássica.

Geraldo Vandré com Carlinhos Lyra / 2007
O músico, em uma das raras entrevistas concedidas em 2000, revelou sua paixão por carros e principalmente por aviões, que o levou a escrever uma canção em homenagem à FAB (Força Aérea Brasileira), "Fabiana", no fim da década de 80, rompendo um silêncio de várias décadas sem compor. Sobre a atual e controvertida lua-de-mel com os militares, que em 1968, em pleno AI-5, ficaram furiosos e censuraram "Caminhando" (Pra Não Dizer que Não Falei de Flores), sua canção mais emblemática, Vandré não conseguiu dar uma explicação muito convincente. "Caminhando não era uma canção política. Era um aviso aos militares: ‘Olha gente, desse jeito não dá mais’. Eles (militares) nunca tocaram um dedo em mim".

Geraldo Vandré
Contou, também, que compõe muito no seu tempo livre e não tem pressa para gravar discos. Compôs a maioria das suas canções em espanhol.

Geraldo Vandré / 2010
Fontes: Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira; Art Editora e PubliFolha; MPB Net, Cliquemusic.


                                                                                 Geraldo Vandré - "Aroeira" - Festival da Record / 1967


                                                                         Geraldo Vandré - "Prá Não Dizer Que Não Falei das Flores" / 1968


                                                                                   Geraldo Vandré - "Porta Estandarte" / 1966


Cláudio Fontana

Cláudio Fontana, nome artistico de Joao Sa, nasceu em São Luis/MA em 14 de junho de 1945.


Cláudio Fontana
Começou sua carreira artistica em São Luis do Maranhão, participando de programas infantis onde ganhou muitos concursos de canto.

Apresentou um programa de Televisão pelaTV-DIFUSORA - Canal 4, chamado "BAR DE MELODIAS", onde dividia a apresentação com o grande locutor da época (1963/64), Leonor Filho e "Nonato e Seu Conjunto". Nessa oportunidade, cantava "Bossa-Nova" e sucessos populares da época.

Em 31 de dezembro de 1965, partiu para o Rio de Janeiro com o sonho de conquistar todo o Brasil, cantando e compondo.. Lá,conheceu e mostrou seu trabalho para pessoas importantes artisticamente na época, como: CARLOS IMPERIAL , (descobridor de ROBERTO CARLOS),WILTONFRANCO (grande produtor de musicais na TV Excelsior-Rio), Sr.BARROS, Assessor Artistico de CAUBY PEIXOTO, OSMAR NAVARRO (cantor, compositor e Produtor da Gravadora PHILLIPYS - Rio). Mas foi o empresário GENIVAL MELO, que numa tarde de sábado de l967, no Programa " Festa do Bolinha" - apresentado por JAIR DE TAUMATURGO (TV-Rio-Canal 13 ), ao escutar uma musica de CLAUDIO FONTANA e ROBERT LIVI (hoje produtor de JULIO IGLESIAS) - "NÃO POSSO CONTROLAR MEU PENSAMENTO" e "DÔCE DE CÔCO", quem lhe deu a primeira grande oportunidade, gravando esta musica com o cantor WANDERLEY CARDOSO, seu contratado na época. Estas canções alcançariam os primeiros lugares da parada de Sucesso daquele ano, sendo então o ponta-pé inicial das canções que CLAUDIO FONTANA gravaria daí prá frente com muitos cantores.



Cláudio Fontana
Em 1968 foi para São Paulo, onde gravou seus dois primeiros discos pela Gravadora COPACABANA. Mas foi em 1970 que "estorou" em todo o Brasil com a música de autoria de Geraldo Nunes, chamada "ADEUS INGRATA".

Além de mais de 100 MIL cópias vendidas, ganhou também o TROFÉU CHICO VIOLA, da TV-RECORD, entregue pelas mãos do grande comunicador KALIL FILHO. Com o sucesso da musica "ADEUS INGRATA", chegou ainda a participar duas vezes do programa JOVEM GUARDA, do ROBERTO CARLOS.



Cláudio Fontana
A carreira de CLAUDIO FONTANA acabava de "decolar" e GENIVAL MELO, seu empresário, formava um novo trio de cantores populares de sucesso, viajando por todo o Brasil: NELSON NED (O Pequeno Gigante da Canção), ANTONIO MARCOS (O Novo Preferido da Juventude), CLAUDIO FONTANA (O Perigo Moreno da Juventude). A consolidação do sucesso como cantor de CLAUDIO FONTANA se deu, entretanto, quando passou a fazer parte do quadro de maior sucesso do Comunicador SILVIO SANTOS na TV-GLOBO, OS GALÃS CANTAM E DANÇAM AOS DOMINGOS, ao lado de outros cantores como: PAULO SÉRGIO, ANTONIO MARCOS, WANDERLEY CARDOSO, TONY ANGELY, ARY SANCHEZ, DJALMA LUCIO, JERRY ADRIANI, ARTHURZINHO, PAULO HENRIQUE, entre outros.


Cláudio Fontana
Nas décadas de 70/80 , fez muito sucesso como compositor, além de participar de Festivais Internacionais, como por exemplo: o Festival Internacional de La Cancion -de PIRIÁPOLIS, no Uruguai, onde participou várias vezes. A primeira vez foi com a canção " SE JESUS FOSSE UM HOMEM DE COR", defendida pelo cantor, hoje ator da TV-GLOBO - TONY TORNADO, em 1973. Em 1975, mais uma vez participava como autor e de parceria com Antonio Marcos, com a canção "AMOR PELA PRIMEIRA VÊZ", defendida pelo cantor CLAUDIO ROBERTO, conseguindo o quarto lugar.


Cláudio Fontana
Em 1976, a cantora SONIA MAIA, colocaria a canção " VAMOS CAMINHAR JUNTOS" em Primeiro Lugar, indo assim parar nas mãos do compositor CLAUDIO FONTANA o troféu do " XI FESTIVAL INTERNACIONAL DE LA CANCION DE COSTA A COSTA". No "I Festival da Canção do panamá"( 1976), com a canção "QUE SEAS FELIZ" defendida e interpretada pela cantora brasileira CARMEN SILVA, CLAUDIO FONTANA conseguiu a terceira colocação. A musica " MI AMOR ÉS MAS JOVEN QUE YO", de autoria de CLAUDIO FONTANA, gravada em 1972 na Gravadora ALHAMBRA da Espanha, se tornaria o primeiro sucesso popular de JULIO IGLESIAS. Em 1974, o compositor CLAUDIO FONTANA, chegou ao Primeiro Lugar da Parada no Mercado Latino-Americano, com a musica de sua autoria "Feliz Cumpleãnos Querida Mia" - "Happy Birthday My Darling", " Parabéns,Parabéns Querida" , gravada pelo cantor NELSON NED e aqui no Brasil pelo cantor Claudio Roberto.


Cláudio Fontana / 2006
Foi porém a musica "O HOMEM DE NAZARETH", gravada pelo cantor ANTONIO MARCOS (1973), CHITÃOZINHO & XORORÓ (1997) e mais de 40 regravações com artistas cantores diferentes o marco da sua carreira como autor, chegando a ultrapassar até hoje a casa de mais de 5 milhões de unidades vendidas desta musica, entre CDs, LPs, compactos, fitas-cassetes, etc.. Foi também regravada em vários idiomas como, Inglês, Espanhol, Alemão e Italiano.

Foi líder do Grupo Chocolate, ao lado da esposa Malu e dos dois filhos. Participou de muitos programas de televisão da época e se apresentou nos palcos brasileiros e latino-americanos.



Cláudio Fontana / 2009
Teve um programa especial de TV que foi ao ar pela Rede Vida de Televisão, às 21 horas , aos domingos, durantes 5 anos, terminando em 2001 quando sua filha MARCELE foi estudar musica em BOSTON.


Cláudio Fontana / 2012
Atualmente reside em São Paulo, SP (no Brooklin) e continua cantando e compondo para muitos cantores de sucesso e administrando sua "Editora Musical HOMEM DE NAZARETH P.P.Art.Ltda".

Em 2012 esteve no Programa do Gugu, na TV Record.

  
                                                                            Cláudio Fontana / 2009



                                                            
                                                                                 Cláudio Fontana - "O Homem de Nazaré"      


Cláudio Fontana - "Esperando na Janela" - Programa Rei Majestade / 2006







Luiz Carlos Clay

O cantor Luiz Carlos Clay nasceu em Recife, PE, em 16 de junho.

Luiz Carlos Clay
Seu pai era carioca e conheceu sua mãe no Recife por ocasião da parada do navio que ia para a Itália lutar na Segunda Guerra. Quando o comandante da base aérea da Aeronáutica desceu, perguntou quem tinha uma especialidade. Ele, então, deu um passo à frente, porque era aerofotogometrista -- fotografava o Brasil do avião, a fim de fazer os mapas. Por conta disso, os pais casaram-se e tiveram nove filhos, dos quais dois morreram. O curioso é que todos os filhos receberam nome de líderes comunistas. O pai de Luiz Carlos Clay, além de militar, vivendo no Rio de Janeiro, era comunista e servia a esse partido. Ele esteve preso com Luiz Carlos Prestes, no Rio, e quando preso prometeu que um dia iria dar esse nome a um filho, em homenagem a Luiz Carlos Prestes. Pois esse filho foi Luiz Carlos Clay. Os outros são Vladimir Lenini, Katia Cilene, Olga Benário – nome da mulher do Luiz Carlos Prestes –, Marla e Nina Gabriela, todos estes nomes de líderes comunistas no mundo.

Luiz Carlos Clay com os irmãos Katia Cilene e Vladimir / 1964
Luiz Carlos Clay iniciou a carreira artística em 1966 quando foi contratado pela gravadora CBS, onde gravou seu primeiro compacto com duas faixas. Uma delas, "Uma Casa sobre o Mundo”, versão de uma música italiana, foi um estouro no país inteiro. Depois do Festival de San Remo, que acontecia na Itália, músicos e cantores rapidamente preparavam boas versões e lançavam aqui no Brasil. O próprio Roberto Carlos participou do festival e saiu vitorioso. Em razão disso, todas as músicas de destaque eram escolhidas pelos cantores românticos brasileiros.

Passou para seu compacto duplo com a música “Praia”, gravada pelo Agnaldo Rayol em São Paulo e Luiz Carlos Clay no Rio de Janeiro. Só que eu Clay tinha uma grande vantagem sobre Agnaldo Rayol. Rayol tinha pavor de avião e e Luiz Carlos Clay que para diversas cidades brasileiras para cantar essa música. Nessa mesma época, Clay participou do programa "Rio Ritz", cujo produtor era o Jair Traumaturgo que colocou o cantor nas paradas de sucesso e o lanço na Jovem Guarda. Foi um enorme sucesso. Luiz Carlos Clay aprsentava-se todas as semanas em shows por todo o Brasil.


Luiz Carlos Clay com Katia Cilene
Foi, então, convidado para participar do programa Jovem Guarda. Na TV Rio, o programa passou a se chamar “Alta Tensão”, por causa da voz forte de Luiz Carlos Clay. Foi outro grande sucesso.

Na gravação do seu terceiro disco, Luiz Carlos Clay já estava com toda a sua família morando no Rio de Janeiro. Até sua irmã, a cantora Kátia Cilene, estourou no Brasil com a música “Bilhetinho Apaixonado”, do Othon Russo, produtor da CBS.Foi quando o cantor marcou o seu primeiro show ao vivo, para a ABB. Tudo estava perfeitamente programado, inclusive com orquestra. Luiz Carlos Clay acreditava que aquele show seria decisivo para a continuidade da sua carreira. Por isso, o cantor estava muito nervoso, inquieto, com medo, preocupado com tudo. Sua apreensão era visível. Todos percebiam que ele estava realmente muito ansioso. Até que alguém lhe deu um conselho: “Rapaz, toma uma dose de uísque! Você precisa relaxar...”


Luiz Carlos Clay
O cantor recorda que o show demorou a começar e, por isso, bebeu quatro doses da bebida que lhe foi sugerida. Conta que ficou muito alegre, simpático, descontraído e que todo o seu medo e inibição sumiram como por encanto. Acreditava que, por isso, tinha feito o melhor show de sua vida e que foi reprisado várias vezes. Atribuiu todo o sucesso à sua boa performance em razão da bebida. No segundo show, Luiz Carlos Clay levou a própria garrafa de uísque, e no terceiro também... E assim continuou acontecendo, por mais de 26 anos de carreira...

Em 1969, Luiz Carlos Clay foi contratado, através de Celso Teixeira -- muito amigo do apresentador -- por Sílvio Santos.


Luiz Carlos Clay / 1976
Sílvio Santos tinha programas na Globo e na Tupi. Ele comprava o horário todo de domingo na Globo, e o de quinta na Tupi. Luiz Carlos Clay foi contratado pelo apresentador para fazer o programa “Os galãs Cantam e Dançam aos Domingos”. Sílvio Santos contratou, também, Antônio Marcos, Wanderley Cardoso, Paulo Sérgio, dentre outros. Dentre aqueles cantores, alguns também costumavam tomar uísque. Foi aí que Luiz Carlos Clay começou a beber muito. Esses cantores tornaram-se amigos e sempre se reuniam para bate-papos e tomar umas doses.Foi dessa maneira que, durante muito tempo, fez parte do movimento musical, histórico no Brasil, "Jovem Guarda".

Luiz Carlos Clay ficou famoso, ganhou muito dinheiro e achava que conseguia fazer sucesso nos shows e discos por conta do “velho e bom uísque”. Por isso, foi se entregando cada vez mais na bebida. No início da carreira, bebia antes das suas apresentações. Depois, passou a beber também durante e depois, até se tornar alcoólatra.


Luiz Carlos Clay
Participou do Festival Internacional da Canção, no lançamento de Milton Nascimento. Ele participava com "Morro Velho" e "Travessia", e Clay com a música "Tudo é Teu". Milton Nascimento foi o vencedor do festival.

O cantor, participou, também, do filme "Corrida em Busca do Amor", em 1971, de Carlos Reinchenbach, produzido na Boca do Lixo paulistana. Clay foi um dos galãs da fita, ao lado do cantor Dick Danello, que cantava músicas italianas e também ligado à Jovem Guarda, e de David Cardoso.

Nos anos 80, Luiz Carlos Clay participou, também como ator, da novela "Anjo Maldito", do SBT.

Em São Paulo, Luiz Carlos Clay conheceu outra coisa que lhe atraiu muito: músicas italianas. Foi quando teve contato com um público italiano e aprendeu o idioma. Sílvio Santos, então, o chamava para cantar os sucessos na época em italiano. A partir daí, deixou de cantar as músicas que gravava e passou a defender músicas de outros compositores e intérpretes, o que desagradou muito a sua gravadora. Nessa época, os shows começaram a diminuir porque as pessoas que o contratavam não queriam só o Luiz Carlos Cay, queriam “Os Galãs Cantam”. Na época em que assinou contrato com Sílvio Santos, a própria CBS o alertou para o risco de perder sua identidade artística. Mas, Luiz Carlos Clay não lhes deu a menor atenção. Nessa ocasião, bebia desde manhã até a noite. Aliás, todos os seus amigos mais chegados também bebiam. Encontravam-se num barzinho da Rua Dona Veridiana, em São Paulo, que era freqüentado apenas pelos artistas que bebiam. Muitos dos seus amigos faleceram por causa da bebida e Clay chegou a ter coma alcoólico.


Luiz Carlos Clay
Em 1970, Luiz Carlos Clay casou-se e teve filhos.

O cantor conta que estava sempre bêbado quando seus filhos queriam conversar. Não era agressivo, mas era depressivo.

No auge do problema com o alcoolismo, Luiz Carlos Clay perdeu o contato com os filhos, dinheiro e o respeito de todo o mundo. Foi, então, que um amigo, vendo-o sem rumo, lhe convidou a voltar para o Recife e participar de um programa de televisão. Seus filhos, na época, estavam com 14, 13 e 9 anos. Então, em 1985, voltou para o Recife, onde participou de progrmas de TV. Só que passou a beber muito mais porque cada amigo de infância que revia era uma desculpa para beber ainda mais.

Foi, então, que seus filhos e mulher começaram a se afastar dele.

Cantava para muitos políticos e deles ficou sem receber um tostão – políticos que hoje são senadores da república. Diziam eles: “Contrata esse bêbado aí... No final a gente diz que ele já recebeu... Tá bêbado mesmo, nem vai notar...”

Aconteceu, finalmente, a separação da mulher e dos filhos. Passou, então, a beber mais do que antes, para esquecer a separação. Acabou se transformando num homem indesejável em todos os lugares, porque era um indivíduo sem lar, sem família, um nômade perambulando pelas ruas.


Luiz Carlos Clay / 2009
Algum tempo depois, vendeu seu carro e foi Maceió fazer um show. Com o dinheiro que arrecadou voltou, sozinho, para o Rio de Janeiro para se encontrar com o pai que vivia na cidade de Niterói.

Nesse meio tempo Vladimir, seu irmão mais velho, que mora em Ribeirão Preto – que sabia que Luiz Carlos estava desempregado –, lhe telefonou dizendo que lhe conseguira um emprego numa rádio local.

Depois de oito anos sem ver os filhos, Luiz Carlos Clay foi convidado pelo mais velho para cantar em seu casamento com o pedido de que não bebesse na cerimônia.

Luiz Carlos Clay foi, cantou na cerimônia de seu filho e nunca mais bebeu. Nesse mesmo dia, conheceu seu neto.

A partir de então, Luiz Carlos Clay tornou-se evangélico, casou-novamente, continua cantando e é sócio do Capítulo 095 da Adhonep (Associação dos Homens de Negócio do Evangelho Pleno), em São Gonçalo – RJ .



                                                                        Luiz Carlos Clay - "Vuelve Conmigo Amor" / 1971


                                                                     
                                                                                Luiz Carlos Clay - "Dia de Sol"


Ary Sanches

O cantor Ary Sanches, batizado Ariovaldo Sanches Lopes, nasceu em São Paulo, SP, em 16 de julho de 1944.

Ary Sanches / 1985
Criado no tradicional bairro da Mooca, em São Paulo, iniciou sua carreira, influenciado pela colônia italiana residente na região. Ainda adolescente, Ary Sanches era atração em todas as festas tradicionais realizadas no seu bairro e também no Brás e no Bexiga.

Aos 17 anos, depois de uma apresentação, Ary Sanches foi convidado pelo consagrado cantor Gregório Barrios, conhecido como o Rei do Bolero, a conhecer o Avenidas Danças, em São Paulo. Ali, o jovem cantor conheceu as Ooquestras dos maestros Silvio Mazuca e Osmar Milani, os cantores Cauby Peixoto, Agostinho dos Santos, Ângela Maria e Elza Soares, entre outros.


Ary Sanches 
Iniciou, ali, uma nova fase em sua carreira. Nessa época foi contratado para cantar em navios e shows internacionais, com o Grupo Orfeu.

Em 1965, durante uma apresentação no Restaurante Fasano, em São Paulo, Ary Sanches conheceu Roberto Carlos, ídolo da Jovem Guarda que já despontava com grandes sucessos. A empatia entre os dois foi imediata e Roberto Carlos convidou Ary Sanches para participar, na semana seguinte, da estréia do primeiro programa da Jovem Guarda na Rede Record.


Ary Sanches
Todos os participantes do programa recebiam uma denominação criativa de Roberto Carlos: Wanderléia era a "Ternurinha", Erasmo Carlos, o "Tremendão", e Ary Sanches ficou conhecido como "A Granada Romântica" porque, como contratado do Programa Jovem Guarda, interpretava as música italianas que faziam sucesso na época, simultaneamente ao movimento dos Beatles, rock e bossa nova.

Nessa fase, Ary Sanches gravou 6 LPs e vários compactos.


Ary Sanches
Dentre seus fãs, estava Juscelino Kubitschek para quem fazia serenatas.

Por cantar hits internacionais, Ary Sanches era freqüentemente convidado a participar de programas de grande audiência, no Rio e em São Paulo, dentre os quais "Astros do Disco", "Rio Hit Parade" e "Show do dia 7", da TV Record.
Essas apresentações lhe renderam, em 1967, o título de Cantor Revelação do Brasil e recebeu o Troféu Chico Viola.


Ary Sanches
Com o término da Jovem Guarda, Ary Sanches e outros conhecidos cantores da época foram levados por Silvio Santos, ainda na Rede Globo, para o programa "Os Galãs Cantam e Dançam aos Domingos", exibido de 1970 a 1973.

Formou um time de futebol com artistas, no qual Silvio Santos era o goleiro.


Ary Sanches
Em 1974, Ary Sanches foi contratado por um grupo de empresários para atuar internacionalmente. Foram 12 anos viajando, especialmente para países da Europa, e diversas apresentações em navios.

Até hoje, Ary Sanches viaja freqüentemente e seus shows fazem muito sucesso em outros países.

Em 1986, voltou a trabalhar com Silvio Santos no programa "Qual é a Música".
Logo depois, em 1989, Ary Sanches montou seu próprio grupo musical - a Banda 4ª Dimensão - e, com o formato Baile Show, passou a realizar diversas apresentações por todo o país.


Ary Sanches / 2011
A agenda do grupo é preenchida por apresentações em grandes eventos empresariais, festas temáticas, formaturas, casamentos e shows em geral.

Fontes: Sites Wikipédia, Dicionário Cravo Albin; Oficial Ary Sanches. 



                                                                         Ary Sanches com Roberto Carlos e amigos da Jovem Guarda - "Jovens Tardes de Domingo" / 1985



                                                                                      Ary Sanches - "Sangrando"


Jean Carlo

O cantor e instrumentista Jean Carlo nasceu em 1943, em São Paulo.

Jean Carlo
Aos oito anos de idade ganhou seu primeiro instrumento musical, uma sanfona de oito baixos, que aprendeu a tocar sozinho. Na mesma época começou a estudar no Instituto Padre Chico, um colégio interno para cegos, em São Paulo - Jean é cego de nascença. Fez parte do coral e da banda do colégio, onde tocava bombardino que é instrumento de sopro.

Em 1959, aos 16 anos, Jean Carlo integrou uma banda de alunos do colégio, na qual tocava acordeão. Após sair do Instituto, foi estudar em escola convencional, quando passou a cantar em festas, já interpretando canções em vários idiomas.


Jean Carlo / 1969
Depois de se destacar em programas de calouros, em 1964, Jean Carlo participou do programa "Reino da Juventude", apresentado por Antonio Aguillar, na TV Record. Foi quando ficou conhecido do grande do público.

Em 1965, gravou um compacto com as músicas "Eu Nasci Pra Você", versão de um sucesso italiano, e Se Non Avessi Piu Te. No mesmo ano, foi lançado seu primeiro disco, pela gravadora Copacabana, produzido por Antonio Aguillar, de título "Eu Nasci Pra Você", na época, um sucesso de vendas em todo o país, contendo, dentre outras, a música Aline (versão da original francesa).


Jean Carlo
Jean Carlo participou do Programa Jovem Guarda desde a sua segunda edição, em 1965, no Teatro Record.

Após a gravação do primeiro disco passou a fazer shows por todo o país e a participar de vários programas de televisão da época, dentre eles: Campeões de Popularidade (TV Excelsior, no Rio de Janeiro); Discoteca do Chacrinha; Um Instante Maestro (apresentado por Flávio Cavalcanti), Almoço com as Estrelas, Clube dos Artistas, A Grande Parada, Programa Silvio Santos, Astros do Disco, Programa Wilson Simonal (TV Record), Corte Rayol Show (TV Record), Globo de Ouro, Globo Music Hall, Noite de Gala, TV Fone.


Jean Carlo
Em 1969, foi lançado seu segundo disco, de título "Preciso Olhar Pra Você", com as músicas "Era Um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones" e "Travessia" de Milton Nascimento.

Em dezembro de 1969, após o lançamento dos dois discos e quinze compactos, Jean mudou-se para a Argentina e passou a apresentar-se em várias cidades daquele país e do Uruguai, inclusive participando de programas de televisão. No ano de 1970, Jean Carlo ganhou o prêmio de melhor intérprete do "Festival de Costa a Costa" de Piriápolis, no Uruguai, cantando em inglês e representando os Estados Unidos.


Jean Carlo
Retornou ao Brasil em 1971, dando prosseguimento a sua carreira. Em 1972, gravou um compacto na gravadora Philips, com as músicas "Tanto Tempo Esperei" e "É Tão Fácil".

Nos anos 70, tornou-se comum músicos brasileiros gravarem canções em inglês utilizando um pseudônimo. Foi o que também aconteceu com Jean Carlo.

Em 1973, pela gravadora Top-Tape, sob o pseudônimo de Michael Davis, gravou o grande sucesso "Another Song", tema da novela "O Semideus" da Rede Globo. "Another Song", na época, virou tema de abertura do Jornal Hoje, também da Rede Globo.


Jean Carlo
Em 1974, sob o pseudônimo de Edward Cliff, pela selo Central Park, gravou um compacto com as músicas "Country feeling" e "I'll Never Walk Alone Again", essa última um grande sucesso e também tema da novela SuperManoela da Rede Globo, embora não conste da trilha sonora oficial.

Na década de 70, participava com freqüência dos programas "Barros de Alencar" e da "Discoteca do Chacrinha", principalmente cantando em inglês, interpretando os grandes sucessos da época.


Jean Carlo
Em 1975, como Edward Cliff, na gravadora RCA Victor, gravou um compacto duplo com a música "Nights Of September", que se tornou um grande sucesso. Essa gravação foi lançada em espanhol na América do Sul e em inglês na América do Norte e Europa. No Brasil, foi lançada em espanhol e inglês.

A música "Nights Of September" ficou por 13 semanas no topo das paradas de sucesso da Itália. A gravação de "Nights Of September", em inglês, foi relançada várias vezes no Brasil, sendo a última delas em 1999, na coletânea "Hits Again" (Som Livre).

Em razão do sucesso das gravações feitas por Jean Carlo como Edward Cliff, em 1977, estava programada uma excursão para a Europa, apoiada pela gravadora RCA Victor. A viagem não ocorreu devido a uma mudança na direção da gravadora.


Jean Carlo
Em 1977, ainda como Edward Cliff, gravou a música "Summer Love", que fez parte da trilha sonora internacional da novela "Sem Lenço Sem Documento", da Rede Globo. Jean também gravou compactos e canções utilizando os pseudônimos de Steve Brandy, Gary Bristol, Peter Knapp, Steve Robinson e Marty Rivers.

A partir de 1975, passou a integrar o movimento religioso católico de evangelização, ministrando palestras e se apresentando - cantando e tocando órgão - em igrejas e comunidades de todo o país.

Foram mais de 1.000 (mil) cidades visitadas até o ano de 1987, período no qual desenvolveu o trabalho de evangelização e animação de comunidades.

Nos anos 80, participou de vários discos de temática religiosa, dentre eles a série "Louvemos o Senhor" (COMEP).

Em 1987 retoma seu trabalho no circuito comercial, apresentando-se em festas e shows, cantando e tocando teclado, tendo incorporado ao seu repertório clássicos do jazz, blues e MPB, interpretando temas em diversos idiomas (português, inglês, espanhol e italiano e francês).

Participou do show de comemoração dos trinta anos da Jovem Guarda, no ano de 1995, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo/SP.

Em 1996 foi convidado a participar do Programa Louvemos o Senhor, produzido
pela Associação do Senhor Jesus (ASJ), na época veiculado na Rede Vida de Televisão. Passou, então, a ter maior contato com o trabalho de evangelização promovido pela entidade. No mesmo ano, gravou dez faixas do CD As Mais Lindas Canções da Igreja Católica (ASJ).


Jean Carlo / 2005
No ano de 1998 lançou o CD "Obrigado Senhor" pela ASJ, contendo as músicas "Amazing Grace", "Creio Em Ti" e outras. Foi produzido um clip da música "Olho em Tudo".

De 1998 a 1999 participou do programa de televisão "Deus Abençoe", veiculado pela Rede Vida, o qual era gravado sempre em diferentes cidades tendo Jean Carlo como atração musical fixa.

Em 2000, seus dois primeiros discos foram relançados pela gravadora EMI em um CD duplo da Série BIS - Jovem Guarda.

Atualmente Jean Carlo reside na cidade de Campinas e continua apresentando-se em festas e shows.

Fonte: Site Oficial Jean Carlo.



                                                                          Edward Cliff (Jean Carlo) - "Nights of September" / 1975


                                                                          Jean Carlo - "Lady" / 1968


Gustavo Lins

Gustavo Barreira Lins, ou simplesmente Gustavo Lins, nasceu na cidade do Rio de Janeiro/RJ, em 3 de junho de 1986. Gustavo nasceu na Tijuc...